Hoje estou comemorando o quase encerramento de um ciclo. As dificuldades de se fazer pesquisa no Brasil ainda são grandes, e conseguir levar a cabo um estudo bem sucedido, publicá-lo e divulgá-lo é um fato que merece muita comemoração.
Ao me formar pesquisadora biomédica eu padecia de um certo desânimo, pois tinha a impressão de que a ciência estava muito afastada do cotidiano das pessoas (e sobretudo dos brasileiros), e eu não queria passar o resto da vida estudando “a proteína da asa esquerda da borboleta africana”.
Para uma pessoa a priori apaixonada pela compreensão do universo, o desfiladeiro de especializações que o mundo acadêmico impõe e que obriga o pesquisador a estreitar o seu foco de interesse até se tornar “doutor em tal coisa” é um martírio.
Eu sou uma generalista de corpo e alma, não uma especialista. E se você não pode usar o conhecimento para intervir no mundo em que vive, de que ele serve?
Grande parte da literatura de auto-ajuda, que vende tanto, existe para repetir indefinidamente às pessoas “a felicidade é fazer aquilo que você gosta, e trabalhar pelo que acredita”. No final, depois de um longo passeio pelo mundo dos enforcados, o que salva é o retorno ao sonho primordial: insuflado daquele idealismo quixotesco que o fez sonhar em melhorar o mundo, inda que isso significasse lutar contra os moinhos de vento.
Ao procurar uma pós-graduação, eu fui muito teimosa ao insistir que só valeria a pena se eu pudesse ver a repercussão de um estudo na minha realidade imediata, sendo que eu não queria enfrentar outra coisa senão os meus moinhos.
Minha dissertação de mestrado “Aspectos afetivos e cognitivos da homofobia no contexto brasileiro – Um estudo psicofisiológico” foi concluída em 2009 e está sendo divulgada na mídia agora no início de 2011.
Isso só foi possível pelo apoio de entidades e pessoas que muito me ajudaram e que agradeço de coração: meu orientador e co-orientadora, professor Orlando Bueno e professora Rafaela Ribeiro; os voluntários que participaram da pesquisa; as entidades que financiaram o estudo, FAPESP, AFIP e CNPq; e por último e não menos importante, o trabalho da Assessoria de Imprensa UNIFESP, especialmente do José Luiz Guerra.
Seguem os links das reportagens publicadas sobre o estudo até o momento:
Estudo da Unifesp revela que homofobia pode estar baseada em sentimentos como medo e vergonha e seria um comportamento defensivo – CBN Noite Total (com áudio da entrevista)
Homofobia seria comportamento defensivo, sugere pesquisa da Unifesp – A Capa
Estudo da Unifesp sugere que a homofobia envolve relação de medo – Comunicação UNIFESP, BOL Notícias, UOL Notícias, Ciber Saúde, Jornal de Floripa, Espaço GLS, SIS.SAÚDE
Estudo da UNIFESP indica que causa da homofobia pode ter origem no medo e no preconceito – Lado A
Estudo da UNIFESP aponta que a homofobia é mais relacionada ao preconceito e ao medo que ao ódio – Agência de Notícias da AIDS , Agência AIDS
Pesquisa realizada pela Unifesp aponta que o preconceito pode ser uma reação defensiva – Cesar Giobbi
BOO!!! UNIFESP ASSUSTOU HOMOFÓBICOS PARA DESCOBRIR UMA DAS FONTES DO PRECONCEITO – DAS LOKA (Blog da Salete Campari)
Nos casos de homofobia, estudos da Unifesp sugerem relações de medo – Mentes Atentas
Segundo pesquisa, homofobia seria comportamento defensivo – Mundo Alternativo
E ainda há a entrevista realizada terça, 18/01, para a rádio CBN SP (90,5 FM/ 780 AM) e que pode ser ouvida clicando aqui.